Eu conhecia-a de ouvir falar e sem perceber troquei-lhe o nome, ninguém, chamei-lhe. Não podia ser, e não era de facto…
“Mais tarde na escola os educadores disseram à mãe, “sem ver nem ouvir a menina não vai poder ler nem escrever”, “dificilmente vai falar e ouvir só o básico”. Mas os três sentidos da menina, só são três às vezes, e isso, ninguém sabia.”
“- Catherine, tu vês?
- Mal, eu já te disse que sou um bocadinho como tu, não vejo lá muito bem.
- Mas eu vejo!?
- Tu és um bocadinho como eu, vês, mas só um bocadinho.
- Ah! Pois é! Nós vemos, mas só um bocadinho!
- A tua mãe e a tua mana veem bem, mas nós vemos só um bocadinho.
- Vês só um bocadinho como eu?
- Vejo só mais um bocadinho do que tu, quase como tu.”
“Às vezes apetecia-me dizer-lhe um segredo, “Sabes Catherine eu não vejo nada”… Mas também acho que não estaria a ser inteiramente verdadeira, ainda bem que não lhe disse.”