Explicando o titulo, pode dizer-se que o ano tem quatro estações e o amor também: a descoberta do desejo (primavera), a realização do mesmo e descoberta do gostar (verão), as atribulações que decorrem (outono) e um fim, ou talvez não (inverno). Crocodilo com febre nada mais é que um heterónimo, a voz que sussurra a todo o instante e quase nunca queremos ouvir, que nos faz falar em frente ao espelho aquilo que sabemos nunca será dito a ninguém. Essa voz acompanha todas as estações de um amor. E é ela que está aqui, em todas as linhas que lerem. É a minha voz e a dele, é a nossa.
Se quiserem uma outra metáfora para explicar a história, posso dizer-vos que se trata de encontros e desencontros da pulga do seu cão. Aquele tipo de pulga que é obrigada a sair do corpo que a alimenta mas que inevitavelmente volta, e o seu corpo a aceita as vezes que forem necessárias, por tudo nos ser superior, porque todos temos apenas uma fonte de alimento (físico e emocional), seja por vezes bom ou não, e eles eram a fonte um do outro. Mas até quando? Isso será consigo. Aqui apenas encontrará monólogos de ambas as partes que nunca viraram diálogo, uma história cruzada.
