Nascido no seio duma numerosa família, Toninho cedo percebeu as incongruências, o desconchavo do mundo. Sofreu amiúde as pontadas da fome, mas também degustou as solidariedades e carinhos doutros desfavorecidos. Estranhamente, não distingue a linha que separa a crua realidade duma outra, imaginária (também opressora), gerada numa mitologia religiosa retrógrada. As duas "realidades" associam-se e impelem Toninho numa demanda sem rumo pré-definido que terminou no ponto de partida.
"Mas, num puxão de desespero, a estupefação arrastou-me ao seu porto: sacudindo as chamas, como se de pó na roupa se tratasse, o meu diabo saltou do meio dos escombros e... num volutear sereno, como no embalo de leve brisa a oscular a folhagem, o meu pobre diabo "virou" anjo."