O universo prisional é um universo sui generis, o povo que vive nele tem sua própria cultura. Este ensaio nos leva a navegar neste universo que tem as suas próprias particularidades. Ao longo de duas décadas tive a paixão de viver mais perto dos homens que não sabiam desfrutar da sua autonomia. Aprendi com eles e eles aprenderam comigo, chorei com eles e eles choraram comigo, porque eles consideraram-me como um líder espiritual, um conselheiro e um pastor. Os seus depoimentos caracterizam esta confiança depositada em mim, mais do que aos seus advogados. Ao chegar ao fim desta experiência, concluo que foi gratificante para mim, ao ponto de eu apresentar uma obra de uma experiência pessoal vivida, conforme se depreende do título: "A prisão contemplada de uma forma empírica".