A história de um homem que gostava de sombras, modo de dizer.
História contada de duas maneiras em simultâneo. As imagens dizem das formas; a escrita fala do tempo. Mas nem sempre, que a situação muda no caminhar do percurso.
A escrita não é legenda e a imagem não é ilustração.
Uma e outra nem sempre são condizentes, como se páginas diferentes de livros diversos se tratasse, mas que contam a mesma história. Por vezes convergem, por vezes caminham em paralelo, por vezes nem uma coisa nem outra.
O dizer verbal e o dizer icónico são autónomos na sua especificidade própria, na afirmação, no sentido que explicitam, no grau de ambiguidade que pressupõem.
A história do homem que gostava de sombras, fala do modo como se escamoteia o real para se atingir a catarsia do ato criativo. Mundo de emoções, de recordações esquecidas, de vontades reprimidas, de anseios ou terror do indeterminado, mundo onde o pensamento lógico não encontra lugar.