Apocalipse dos Predadores

Adelino Timóteo

Adelino Timóteo

Diogo Neto, um cidadão de origem portuguesa regressa à antiga colónia, onde nasceu, para trabalhar como cooperante. A tarefa do cidadão português é colocar em uso o Dicionário de Nomes Indígenas. Isto acontece porque, depois da independência da antiga colónia, o poder emergente chama a atenção aos cidadãos sobre a necessidade de adopção de nomes indígenas.

No recurso aos nomes indígenas está a possibilidade de ascender facilmente à burguesia emergente, já que se vive na pátria nascente o processo da instituição do novo-riquismo.

Neto descobre nesta tarefa a possibilidade de salvar os nomes de origem portuguesa, por isso com certa perícia e maestria, no lugar de cumprir diligentemente a orientação, ilude o poder e introduz o Dicionário Luso-Tropicalista.

Neto consegue tal feito percorrendo as conservatórias de registo civil, cemitérios, onde desenterrará alguns mortos, arrolando para o Dicionário nomes que encontra nas lápides e que ele julga interessante. Um trabalho prazeroso que ele exerce com diversão.

Neto saberá mais tarde que a filha também abdicou do nome de nascença para assumir um nome indígena que causa nesta a “doença de nome”, que se crê afectar a todos aqueles que herdam nomes tropicais sem permissão dos ancestrais autóctones.

É também a história de um grupo de antigos combatentes que depois da chegada à cidade da Costa do Sal, todo esfarrapado, vai herdando casas dos antigos colonos e acumulando riqueza através da depredação da economia do Estado, semeiam imoralidades como a depredação de menores, vulgo catorzinhas. Depois da utopia, o grupo semeia desespero na sociedade.

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