Claro que tivemos sempre entre nós como em toda a história da filosofia ocidental, aristotélicos, socráticos e platónicos como, mais tarde, tomistas e cartesianos e iluministas, porém, numa abordagem mais radical, exaustiva e mesmo telúrica com o grupo dos "vencidos da vida" à mistura entre positivistas, personalistas e existencialistas não podem deixar de figurar os nossos poetas-filósofos maiores como Antero, Pessoa e seus heterónimos como o descontentamento e lucidez de Jorge de Sena, Torga e Régio, grandes intérpretes e cabouqueiros da nossa identidade espiritual e alma lusitana, lado a lado com Fidelino, Francisco da Cunha Leão, Delfim Santos ou José Marinho, os irmãos Fernando e José Gil e muitos outros, concordando inteiramente com Montaigne desde Perigord quando diz que: Toute la filosofie n´est qu´une poésie sofistiquée, ou mesmo Alain que assim remata. Toute pensée commence par un poème... Voilá!... E o nosso poetastro limiano encaixa-se assim perfeitamente neste tempo paradoxal de finais do século XIX, em que só o fio cristalino, diáfano e puro e libertador da musa Ariadne salvam e redimem a sua condição existencial.