No princípio não havia praticamente nada. Nadinha de nada.
Apenas Deus, que andava chateado como tudo.
Já lá iam uns bons milhões de anos e Ele continuava sem ter nada que fazer a não ser contar as partículas de uma mistura de gases a que se lembrou de dar o nome de "ar
Sem se ter apercebido, deu por se encontrar sentado sobre uma coisa fofa e nívea. Parece um "puff" – pensou. Deu-lhe o nome de "nuvem".
Achou aquelas inesperadas descobertas, um desafio maravilhoso.
Repentinamente considerou que já era tempo de fazer alguma coisa útil.
Olhou para o nada que tinha em seu redor e disse alto e a bom som, auto criticando-se:
– Pareço um velho reformado p'ráqui sentado à espera de um parceiro para jogar a lerpa, o dominó, ou as damas... Chatice!
Nem se lembrou de que ainda não tinha sido inventado o homem, o baralho de cartas, as pedras do dominó ou o tabuleiro das damas. Muito menos a reforma, fará os "reformados".
Começou a magicar que raio havia de fazer se nada tinha na cabeça.
Nem uma ideia, uma pequena intenção, um objectivo.
Olhou em redor e percebeu que estava mais só que nunca.
Entusiasmou-se.
Propôs-se então Deus criar o Universo em seis dias.
– Descansarei ao sétimo. Nem mais!