Conta-se que Victor Espadinha nasceu num quarto na rua Garcia de Orta, à Lapa. Não a Lapa burguesa, mas a Lapa pobre, aquela que não interessa. A mãe era empregada doméstica; o pai, ex-mineiro da Panasqueira. Os primeiros anos de vida foram marcados pelas privações da guerra, pelo alcoolismo da família e por uma sexualidade precoce. Decidiu ser actor quando assistiu ao magistral monólogo de João Villaret em "Esta Noite Choveu Prata". Até concretizar essa ambição, morreu e renasceu cinco vezes; percorreu África, Europa e América de uma ponta à outra; fugiu e regressou a si próprio, vezes sem conta. Homem de dezassete ofícios, amado por outras tantas mulheres, traído sem escrúpulos pelos seus pares, tem feito apenas aquilo em que acredita, sem concessões, nem demasiadas hesitações. Ao olhar para trás sabe que não podia ter sido de outra forma. A sua vida é simplesmente inspiradora. 
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