“Poderia dizer, num grito, a consequência do sonho das constelações que tenho em mim: quero tudo, e vivo em extremos – máxima felicidade, planando sobre as nuvens, ou fundo do poço, sem ar e sem luz. Raramente sinto de forma intermédia, aproveitando a vida tranquilamente ao sabor do vento. Não sei viver a bonança: a calma apenas me conhece em inspirações profundas, mas logo me escapa. A minha alma é feita de tempestade, filha de tormentos, pois nas mais pequenas coisas vivo intensamente. Sentir tão intensamente que a própria vida se transforma numa experiência esmagadora, por vezes quase opressiva. Dentro de mim, um universo em expansão.”
in “Constelações”