Félix Em Busca do Ser Humano

Carlos Vargas

Carlos Vargas

A maravilha nem sempre está no mundo, mas está nos olhos de quem se maravilha ao ver o mundo. Estes contos descrevem situações cotidianas, mostrando a busca de Félix Raimundo pelo ser humano, seguindo o exemplo de Diógenes, mas trocando a lâmpada acesa do cínico pelas palavras iluminadas na fé.
Os diálogos foram, desde a Antiguidade, uma forma de apresentar ideias filosóficas que nascem da conversa amiga. O nosso Félix não foi apenas inspirado em Sócrates. O nome do herói destes contos e a ênfase cristã do seu pensamento remetem-se à obra "Félix ou o livro das maravilhas" de Raimundo Lúlio.
Félix não busca um ser humano abstrato, mas quer encontrar, acima de tudo, alguém que possa viver concretamente a amizade filosófica. Na sequência dos diálogos, o protagonista conversa sobre vários aspectos da vida humana. Ele enfrenta questões desde a gravidez até à morte, passando pelas escolhas profissionais e pelo casamento.
O jovem estudante apresenta um contraponto filosófico a determinados modismos culturais. Como acontecia com Sócrates, nem sempre o resultado é vitorioso, mas a perseverança intelectual é maior do que as desilusões do caminho.
A busca da verdade, por meio da amizade filosófica, é um ideal que nunca deixou de existir, indo além dos limites do jardim epicurista. A amizade que Félix tanto busca não é simplesmente desinteressada, mas pretende construir os fundamentos do bem comum, que vai brotando devagar, indo além das motivações iniciais. A maravilha da amizade filosófica é descobrir até onde vai esta busca...

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