Luis Paupério sorria embevecido. Respirava ora sofregamente, ora lentamente, como se cada acto de respirar fosse único e fabricado para aquele momento. E, sincronicamente, paravam os dois; olhar e respiração enquanto um sorriso crescia, imenso, divergente. Um estremeção, um choque, varreu-lhe o corpo como uma onda varre a praia e regressa ao mar sem vida.
Um projéctil acabara de bater no chão a escassos centímetros de si. Francisco viu aquela cápsula a saltar no chão, como se o seu olhar abrandasse o movimento sónico da bala, parecendo-lhe que mais não era que uma moeda que se acabara de lhe escapar de um bolso e tilintava pelo chão adiante.