Gramática de afectos

J. Lima Ribeiro

J. Lima Ribeiro

Convicto de que o afecto faz parte integrante do misté­rio da nossa vida, a Gramática de Afectos busca expres­sar uma realidade exclusivamente humana. Brotados da orla pulsionar do coração humano, os afectos não aban­donam a sua moradia. De sua própria natureza afectiva, os afectos não vêem nem ouvem, mas dão-se a percep­cionar por intermédio de um olhar afectivo e, deixam totalmente intacta a sua ordem e os seus limites. Eles nascem para ser partilhados e são partilhados, não pela sua abundante reserva, mas para se renovar com o acto da partilha. Quem não quer partilhar os seus afectos, com receio de os perder, arrisca-se a deixá-los cristalizar. E para lapidar um afecto cristalizado, somente a lance­ta do denso olhar afectivo de quem nada mais pode fa­zer senão olhar, tem força bastante para o poder lapidar.

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