Hemisférios: as duas metades distintas que formam o globo terrestre.
Mas será que para nós é suficiente fazer-se transeunte por entre apenas esses dois lados do mundo? Ou uma grande parte da nossa alma vive para além do que chamamos de planeta, longe dos espaços quilometrados onde tentamos somente com o que, aqui, agora, há.
O invisível traz em si a saudade.
“Hemisférios” fala sobre a ausência, o desejo de fuga, a quebra da inércia, a ruptura da rotina, mas sobretudo aborda o trabalho espiritual cotidiano de aprender a viver um dia de cada vez, celebrando o que hoje nasce e perdura, para além do espaço-tempo, buscando uma compreensão mais ampla sobre as partidas, chegadas e permanências.
E é neste contexto que habita, vivo e urgente, o amor, que transpassa as passagens de trens, ônibus, aviões, vidas, hemisférios, universos, anos-luz, que transpassa o próprio coração; o amor que vai, o amor que vem. Porque é assim a vida, cheias de idas e vindas, instabilidades e continuidades. E linda porque é nela e só nela a procura constante para amar-se melhor, amar melhor, ser melhor, buscando, buscando e vagando por aí, nas distâncias e nas portas que se abrem ao peito, pelos caminhos que vão sendo tecidos e pelos sonhos que vão sendo vividos (amando).
