“Na eira dos pardais”, obra em contos tecida, a mulher e o rio, assumem o fio condutor das narrativas /memórias, levando-nos por caminhos, carreiros e veredas, no encontro da floresta da vida. Escutar os sons abertos, agachados, longínquos; saber dos gostos e das emoções que nos foram sendo outorgados; usufruir dos sabores a sal e a mel nos voos alados e entrecortados; aceitar as perdas e as alforrias e de mais demandas, estabelece, imputa e arrasta-nos para um acto, intencionalmente provocatório, na tomada de consciência de cada um de nós.
Neste caminhar nunca sentiremos pressa de chegar. Não há um fim à vista, mas um advento de um tempo que ser quer regenerado na continuidade da própria vida. Queremos e almejamos que a “NA Eira dos Pardais”, seja uma porta franqueada para a memória coletiva e uma janela escancarada, por onde possa passar luz e aragem, quanto baste, no varrer da poeira dos amuos e dos preconceitos, que às vezes, e são tantas as vezes. vão tomando conta de nós.
É nosso desígnio, que cada leitor saiba de si no encontro do tempo, no abraço dos espaços, no olhar espargido e casto bem por dentro das personagens que lhe dão cor, aroma, textura, vida.