Nas Brumas da Memória

Luísa Ramos

Luísa Ramos

O Mundo proporciona a quem escreve uma capacidade de reflexão que se repercute numa vontade expressa de dizer ao Hoje, que o Ontem foi plantado de Dor, Nostalgia e Medo e que, se o Homem não parar para pensar, poderá criar-se um AMANHÃ sem quaisquer contornos de Moral, de Amor e de familiaridade.

Hoje, vivemos numa alienação permanente, supondo ser aquilo que não somos e querendo ser aquilo que não podemos. Mas apesar da constatação da impossibilidade de ser (social, económico e científico) insiste-se na criação de máscaras que nos conduzam – de modo abruto ou não – àquela meta que preconizámos, mas sem pensar nas consequências de tantas atitudes insólitas e incongruentes,

Nunca o Mundo viveu tão inóspito como hoje, porque a tecnologia assumiu contornos do domínio do incrível, mas a moral e os restantes valores caíram abruptamente e atingiram o insólito. Dir-se-á que o Homem só conhece a máquina porque o seu SER é um todo que ele prefere e quer desconhecer.

Rio abaixo numa qualquer canoa percebe-se a dimensão da beleza de uma qualquer paisagem, mas não há nenhum dado ou viagem onírica que nos permita dizer que, a beleza moral está aqui, rio acima ou no alto daquela montanha.

Certa de que semeando mil mensagens o Homem permanece insensível, avança-se escrevendo sobre o desagradável e o inóspito conscientes de que o aforismo é de macro valência «Persistir é conseguir».

Direi que com persistência e desenhando quadros identificativos deste estado de vida do século XXI, talvez seja suposto que o Homem – algum dia – envergonhado, pare para refletir. E porque a esperança é uma luz florescente que não se apaga, traz atrás pensamentos de cristal que são meus, sendo simultaneamente de todos nós, porque só quem é louco é indiferente a tudo aquilo que faz – peça a peça – a hecatombe existencial.

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