Orfanato dos Contos Vadios

Rui Pedro Antunes

Rui Pedro Antunes

São estórias de lugar nenhum e de todos os lugares. Vadias. Isoladas em si mesmas e com apenas uma ligação: o livro, que se transforma num orfanato desta gente vagabunda. Ei-las: Aureliano tem um vício crónico comprar livros e piora a sua psicose quando transforma clássicos da literatura em guiões para o seu quotidiano, embora sem jeito para dramaturgoélio fica submerso na maior descoberta da história da Humanidade, até ser salvo por um submarino russo; Lisboa acorda com uma vending machine que em vez de refrigerantes ou chocolates, vende sonhos sem pedir dinheiro em troca; Um farol a duzentas milhas do mar não consegue iluminar uma vila reacionária que subsiste medieval nos costumes; Uma paixão com mãos de tesoura que chegou no comboio da meia-idade; A seleção natural feita através de um quarto que é um implacável minguante da vida. São estas algumas das personagens e as narrativas vadias que se encontram na esquina de um mundo que é redondo. São contos, senhores, são contos. Com pontos. E tontos.

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