A leitura foi, desde sempre, um momento de silêncio e de sonho. As palavras lidas vão sendo depositadas em um luÂgar interior, onde, em período de latência, tal qual uma seÂmente, aguardam o momento certo para germinar. É como se fossem acordadas por vogais e consoantes harmonioÂsamente cosidas. Ora, palavras lidas a acordar palavras latentes à espera de germinar novas palavras. O Poema é vertido quando o Poeta é interpelado pela vida, pelo camiÂnho, pela viagem, pela presença ou ausência de sentimenÂtos que os vestem e despem a todos. Por vezes o Poeta é lido em nu.
Pedro G. Pinto