Quando um cornudo descobre outro cornudo, vê que afinal não está sozinho, e isso é como que um alívio para a sua dor de corno.
O drogado procura a companhia doutros drogados, o bebedolas segue-lhe os mesmos passos, e pelo que parece, os cornudos também, pois de um dia para o outro, o que menos faltava nas noites da tasquinha eram cornudos!
Ao saberem que o Joaquim também já fazia parte do clube, os cornudos começaram a abrir o jogo, e cada um queria contar "à sua maneira" os como e porquê da sua própria parelha de cornos.
Entre os clientes habituais da tasquinha havia um que marcava o ponto todas as noites, era o professor Malaquias. O profe Malaquias era um filósofo urbano, sempre pronto a dizer mal da vida, da política, da religião e de tudo o resto, no entanto estava sempre pronto a dar um conselho ou uma palavra de estímulo a um amigo.
Naquela noite o profe já ia no quinto whisky e ouvia silenciosamente as trocas de galhardetes entre os cornudos presentes, guardava-se para uma intervenção apurada naquela conversa de pasto.