SOU O QUE SOU
Lendo Florbela quis fazer sonetos,
e ouvindo Ary quis mudar o Mundo:
estrofes de Camões foram amuletos,
cantá-las saía-me cá do fundo!
Com o tempo fui fazendo panfletos
em toada errante de vagabundo;
consegui até esboçar folhetos,
e neles expressar saber profundo
Já não me interessa outro qualquer ser,
se não aquilo em que me sinto “eu”...
Nem penso com quem me posso parecer!
Será egoísmo? Não, porque só é meu
o sentimento que em palavras tecer
e ficar no coração de quem o leu...