Vácuo

Duarte Guimarães

Duarte Guimarães

João e Pedro são dois núcleos ambivalentes, num sistema binário fatalmente intersectado pela aparição de Rita. Um triângulo cujos vértices ora se afastam, ora se aproximam, desencadeando uma busca demencial pela felicidade que acabará por projectá-los numa fatídica espiral de acontecimentos, convergindo, à mesma hora absoluta e surreal, no anfiteatro da tragédia. Agentes ou vítimas do destino, ainda que irmanados na mesma viagem, são, invariavelmente, marionetas suspensas por fios invisíveis no palco enviesado do teatro da vida.
Dois amigos de infância que, movidos pela fé, pela amizade ou pelo amor, na ânsia de cumprir uma missão, uma promessa; ou pela vertigem de encontrar um significado para a vida, na concretização do desígnio fecundo e existencial, colocam uma munição na câmara, giram o tambor do destino e jogam à roleta russa no limiar entre a vida e a morte, ainda que isso signifique, em última instância, a autofágica aniquilação pelo vácuo.

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