Ó Mar salgado
Como te vejo a brilhar,
Sinto-me amado
Mar azul nesta noite que está para chegar,
Não te revoltes
Apenas sente, sente,
Nestas pequenas palavras pendentes
Levadas por um sentimento
E chegadas como presentes,
Não vejo as longas horas
Porque todas elas são incertas,
Enestes dois pobres corações despertas
A fome das ondas que ao longe rebentas ,
Podes mirar e até chorar
Podes conhecer o mundo,
Mas este teu sal faz-me brilhar
No meu coração, bem cá dentro, no fundo,
Nunca adormeces mar salgado
Porque ouço-te a todas as horas,
Conto-te o mais belo segredo
Do meu amor que só tu o aumentas,
Sente a minha presença próximo de ti
Dança e faz um esboço,
Do mundo perto de mim
Mar salgado que cabes no meu grande bolso,
Ó coração,
Sabes tão bem o que sinto
Entre todas as curvas do meu corpo molhado,
Eu sei que sim porque eu não minto
Nem tão pouco tenho mau-olhado,
És mais velho e eu mais novo
Mas hoje fizeste-me sonhar,
Naquele mar da costa de Porto Covo
Onde sabes que para sempre te vou amar.