de dentro e de fora de mim

Fernanda Rennó

Fernanda Rennó

Percebo uma espécie de escrita do interstício, ancorada nos intervalos de um afazer, na pausa de um afeto, como algo de que se lembra ao lavar o rosto, se depilar, beijar a filha, atar um laço, o que resulta em uma sutileza intrigante e álacre, produto da azáfama e do afeto.

É uma poesia atrelada a uma simplicidade traiçoeira, capaz de nos acenar com recados mínimos que nos propõe um desvio da necessidade de nos situar sempre no olho que nos vê e nos cobra aonde ir ou estar; e com imagens de uma quietude ameaçadora.

“toda noite me deito de punhos fechados”.

Texto córrego, escrita de têxtil frescor, como a autora diz num lindo verso:

“um abismo que leva à leveza.”

Cândido Rolim (poeta)

 

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