Fado Falado

Manuel Araújo da Cunha

Manuel Araújo da Cunha

"... Só o rio sentia e compreendia a minha angustiante reflexão em silêncio, enquanto eu permanecia acordado até à última luz se apagar nas casas bebendo a magia da escuridão que me fascinava e comovia.
Já esquecido do tempo e dos fantasmas que me perseguem desde que nasci, submerso na noite que ia falando do clarão distante, apontando a cidade surpreendente onde os meus sonhos de felicidade se desvaneciam em cada grito lancinante dos que já não têm lá abrigo, quase adormeci.
A madrugada e eu protótipo de futuro fantasma, isolados e perdidos algures numa outra dimensão onde tudo é excessivamente real e a vida dói em cada gesto, em cada olhar e tu a chegares demasiado tarde ao princípio da minha noite.
- Onde estás?...”

Utilizamos cookies próprios e de terceiros para lhe oferecer uma melhor experiência e serviço.
Para saber que cookies usamos e como os desativar, leia a política de cookies. Ao ignorar ou fechar esta mensagem, e exceto se tiver desativado as cookies, está a concordar com o seu uso neste dispositivo.