Murmúrios do Passado

Cantarino de Carvalho

Cantarino de Carvalho

Na época em que decorre a acção deste romance, 1968-1969, a guerra no Ultramar era uma realidade inultrapassável para os jovens obrigados a cumprir o serviço militar. E, paradoxalmente, aqueles que sobreviveram, felizmente a maior parte, ficaram indelevelmente marcados pela magia de África. É, pois, compreensível que os portugueses que aí estavam radicados tivessem assumido as Províncias Ultramarinas – assim passaram a chamar-se as Colónias em 1951 –, como a sua nova terra. Era gente trabalhadora com uma visão simplista da revolta que rebentara exigindo a independência, e que foi vítima do conflito.

Nesse tempo o regime era opressor: não existia liberdade de imprensa, nem a livre associação de pessoas e a polícia política controlava aqueles cidadãos que sobressaíam pela tomada de posições, opondo-se ao ideário do regime.

Porém, em Coimbra, os estudantes revoltaram-se e deram um abanão à ordem estabelecida. Os ecos da rebeldia daqueles jovens foram sentidos e relatados na imprensa internacional, mas em Portugal as notícias saíam controladas pela censura.

É neste contexto que se desenvolve este romance que remete o autor para uma reflexão sobre alguns acontecimentos no período descrito, mas que ele crê ser “O Amanhecer da Esperança” que culminou no 25 de Abril de 1974.

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