Céu virgem, inferno aberto?
Ou inferno encerrado e céu a descoberto?
Numa terra seca e de saibro, medos e deuses, tudo e muito, a gente agarra-se a qualquer sobra, e luta, obra.
Caíram, aqui, os contrários, dois padres.
Um mantém virgem um céu, inatingível;
e um inferno aberto que tudo absorve.
Ele próprio, acumulando rezas, duvida que lhe escape.
Não sabe que coisa são, sabe que os há, ‘porque há.’
O outro esvazia infernos, fecha todas as entradas.
O para lá de tudo é. É a céu aberto e sem limites;
a consciência é o fundo.
Entre padres, quase limite, está Judas
que vence o tem que ser. Estão todos.
A terra é a Orca que, em revolta, toca a rebate.
A gente é tanta! É legião,
são quantos tocam a rebate, de muitos modos,
para a sempre guerra santa.
