Olhas as tuas mãos
tão vazias,
cheias apenas da saudade sentida,
da vontade de encher do alimento
que sustenta a alma faminta.
A vida só encontra sentido
nesta imensa vontade de sentir.
É preciso devolver a vida que se espera,
que se aguarda no silêncio.
Que os pássaros, ao voar,
levem mensagens do que se deseja,
do que se anseia.
Versos nascem assim, com alma e fulgor,
forma de colmatar o vazio.
Leem−se para dar asas,
ousar voar, imaginar rotas e abrigos.
Assim, se constroem livros:
folhas unidas
em horas de entrega,
de saudade derramada
no maravilhoso,
no amor, na justiça,
na lealdade, no sonho.
Sempre à espera
do repouso do voo:
o simples,
e tão desejado,
poisar.