Casa Dos Malditos

Jorge Faria

Jorge Faria

Pelo terceiro quartel do século XVIII, chegou um grupo de romeiros ao arruinado Mosteiro de Banho, situado em S. Salvador de Banho, no concelho de Barcelos. Como Jesuítas que eram, fugiam à ordem de expulsão do país, dada por D. José I.

Refugiados no Mosteiro, e após algum tempo de permanência no lugar, um dos romeiros apaixonou-se por uma donzela, oriunda de uma família influente da terra e vizinha do mosteiro. O seu pai, zeloso da sua honra e da de sua filha e que tanto ajudara aquele grupo de fugitivos nos momentos de privação, sentiu-se traído e acusou a existência do grupo ao Mordomo do lugar. O grupo, percebendo o perigo da sua permanência no Mosteiro, continuou a fuga interrompida, tendo ficado escondido, por ali, o frade enamorado, esperançado no perdão do pai da donzela. Conhecida a sua localização e não conseguido o perdão do pai de sua amada, foi capturado e morto às suas mãos. No momento da execução o frade ainda tentou a redenção, o perdão, e a sua aceitação como genro do dono de sua vida. Gorou-se, porém, a tentativa e, em última instância, eis que lançou uma maldição ao seu carrasco, maldição essa que perdurou no tempo e nas nas gerações futuras. Os seus filhos passaram a viver subjugados pela maldição que os feria na sua virilidade e na sua masculinidade, tendo-os, as gentes da terra, assumido como “os Malditos” a quem não desejavam na sua vizinhança.

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